
A humanidade enfrenta desafios grandiosos decorrentes do modelo civilizatório que projetou o bem-estar pela via do consumo, do poder de adquirir bens de consumo ou serviço.
No entanto, graças à inteligência Universal, um número significativo de pessoas, comunidades e civilizações das quais pouco se sabe preservaram e preservam os valores essenciais, de forma prática.
Falo isso a partir de minha própria história de vida, pois sou camponesa, e meus pais são exemplos vivos de princípios e valores nobres que se expressam na relação e interação com a terra e toda forma de vida por ela sustentada, inclusive os seres humanos.
Ao criamos uma visão da vida de abundância como uma variável correlacionada ao poder de comprar, de consumir, a coisa ficou bem complicada, pois o ter ficou mais relevante que o ser, e para ter, para se apropriar, obrigatoriamente tem-se que combater, disputar e eliminar as ameaças, que podem ser tanto seres humanos como outras formas de vida.
Esta prática colocou umavenda em nossos olhos, e estamos tendo dificuldade de ver a beleza dançando, desfilando ese esbaldando em nosso planeta, e para além dele,e por mais absurdo que pareça, essa beleza está de mãos dadas com a abundância, acontecendo no aqui e agora, em cenas do nosso cotidiano.
Os que estão presentes e conectados reconhecem, e exemplifico compartilhando a percepção de minha amada mãe, Sra. Lourdes, e peço permissão para comentar que ela é uma mulher alegre, corajosa e de muita fé, me pariu sem assistência de nenhuma equipe profissional, mas, claro, teve a presença do Sr. José, meu pai amado, e como ela me contou, de Nossa Senhora. A Sra. Lourdes me disse que estava colocando feijão demolho e me dei conta da abundância de Deus, pois, uma semente, produz milhares de grãos,e, quando vamos cozinhar, a porção ainda dobra.
Então ela se perguntou, será que Deus, o criador de tanta fartura,
não nós pergunta o que estamos fazendo para ter tanta miséria?”.
Pararia por aqui, mas quero fazer um paralelo com a interrogação proposta pelo biólogo
Maturama, que diz que hoje estamos começando a nos perguntar como fazemos o que
fazemos?
Para mim, cada um a seu modo, apresenta a mesma inquietação. A Dona Lourdes,
uma senhora simples, que dialoga com a vida momento a momento e o biólogo estudioso dos comportamentos da vida biológica à luz da consciência divina nos convidam a dar atenção à voz que vem de dentro, do coração, onde o Deus/Deusa interno, que desde todo o sempre, está, gentilmente, nos convidando a abrir nossos olhos para a realidade do amor, poder e sabedoria que é a fonte limpa e cristalina da abundância em nós.
Enquanto em nós ela estiver inibida por crenças, dogmas e padrões,
viveremos como mendigos, habitantes do deserto, labutando e ansiosos para sair dali,
sem perceber que o oásis, capaz de transformar a
aridez está muito próximo, basta tocarmos o chão com o cajado do amor, da confiança e da gratidão.
A abundancia que está no grão, está também no coração.
Minha presença eu sou Abundância, que estas em tudo e todos, te reverencio e te reconheço
em mim, e te peço percorra todo meu ser e, com a força do perdão e da misericórdia, desative
crenças, padrões e pensamentos limitantes, que me distaciavam de ti, e me deixava
aramadilhada em necessidades egoica.
Que te reconhecendo e te experimentando em meu
coração, eu saiba te reconhecer e te avivar em meus semelhantes.
"Ouvir o outro é encontrar-se consigo mesmo, todos somos um" Ciberpagé
Texto assinado e autorizado por
Ana Maria de Paula
Abundância, onde estarás?
